domingo, 14 de novembro de 2010

Joalheria Egípsia

Sociedade Egípcia

    A sociedade egípcia era dominada pelo faraó, soberano o todo - poderoso. Ele era considerado um deus vivo, filho de deuses e intermediário entre estes e os homens.     O faraó tinha autoridade absoluta: concentrava em si os poderes políticos e espirituais. A sociedade egípcia estava dividida em dois grandes grupos sociais: os privilegiados e os não - privilegiados .

    Os privilegiados eram os nobres, os sacerdotes e funcionários administrativos. Os nobres, os proprietários de terras também ocupavam os principais postos do exercito e muitos sacerdotes enriqueciam com as oferendas feitas pelo povo aos deuses. Dispensados de pagamentos de impostos e também proprietários de muitas terras, gozavam de grande prestígio devido a suas funções religiosas. Os não - privilegiados eram os soldados, artesãos, camponeses e escravos. Os soldados nunca podiam atingir o posto de comando, pois eram reservados para os nobres. Os artesãos dedicavam-se às mais diversas profissões. Trabalhavam como pedreiro, carpinteiro, desenhista, escultores, pintores, tecelões, etc. Também exerciam sua atividades nas grandes obras públicas como os templos, túmulos, etc. Os camponeses formavam a maioria do povo, eles trabalhavam nas propriedades do Faraó e dos sacerdotes, mas tinha o direito de conservar para si apenas uma pequena parte dos produtos colhidos.







































Os escravos - estrangeiros capturados em guerra - eram encarregados dos trabalhos mais pesados. A organização da sociedade egípcia funcionava como uma pirâmide: no topo ficava o Faraó, depois os sacerdotes e os nobres, abaixo os oficiais do exercito, na Quarta posição, os artesãos, e por ultimo, os trabalhadores e os escravos.

Ourivesaria no Egito

    Mesmo quando comparados a outros povos, os egípcios, possuem um trabalho muito mais refinado e numa variedade de uso de materiais, formas e acabamentos dificilmente encontrados em outras culturas. Suas jóias religiosas destinadas principalmente a acompanharem seus corpos em sua vida após a morte eram desconhecidas para nós até o início do século XX, quando foi encontrada intacta a tumba do Faraó Tutankamon.
    Naquela tumba, foi encontrada tamanha profusão de objetos maravilhosos que, além de levar uma importante luz ao cotidiano dos egípcios antigos; revelou-nos sua maravilhosa capacidade de criar jóias e adereços magníficos. Desde o enorme sarcófago ricamente feito em ouro e pedras preciosas, até ao mais simples amuleto de mumificação que ficava enrolado nas bandagens das múmias.
    Além dessas magníficas jóias, havia ainda tal profusão de braceletes ritualísticos, miniaturas de barcos em ouro e todo o tipo de pedras preciosas. Aquele túmulo trazia para nossa época a mensagem e a demonstração clara do talento e da maestria que tinham os ourives e artesãos do Antigo Egito.
Para um povo cuja vida e a morte eram devotados exclusivamente aos deuses e a obediência ao seu representante na terra o Faraó; esse povo do norte da África elevou a confecção de jóias religiosas a um verdadeiro estado da arte. Havia pessoas encarregadas de viajar pelo mundo conhecido pesquisando técnicas, materiais e elementos que pudessem compor harmonicamente as jóias religiosas que cumpririam seu papel sagrado de agradar aos deuses ou servir como último tributo ao Faraó e aos membros da Família Real no outro mundo.
    Ourives dedicavam-se integralmente a aprender e aplicar essas técnicas e a manipular e moldar os metais e as pedras preciosas e transformá-las nas jóias religiosas mais inacreditavelmente complexas e bem acabadas do mundo antigo. Não havia barreira e nem custo que fosse excessivo ou intransponível para o Faraó e seus enviados em busca dessa sabedoria, que naquela época era considerada divina e oculta; quase mágica.

    Os Egípcios dominavam o conhecimento de muitas técnicas de trabalho em metal, entre elas a marchetaria, a incisão, o esmalte e o relevo e utilizavam na elaboração das jóias várias pedras, tais como: coralina, lápis-lazúli, turquesas. Apesar disso, devido à escassez de pedras, os egípcios desenvolveram a habilidade em imitar seu efeito mediante o uso de pasta vítrea e da cerâmica.

    A Joalheria Egípcia era caracterizada pelas formas, pela constante função decorativa e pelo grande uso de simbolismos. Os simbolismos, como serpentes, escorpiões e outros animais, tinham a função de afugentar os espíritos malignos. O símbolo mais conhecido é o escaravelho inciso com vários tipos de pedras, simbolizando a imortalidade. A joalheria dos talismãs era destinada especialmente para os mortos, oferecendo assim, a proteção para a outra vida. Já as jóias dos faraós, eram preparadas desde o momento da posse do trono; uma inteira coleção, que assegurava a ocupação constante dos joalheiros.

    Em vida, a dinastia Egípcia, usava todos os tipos de jóias: colares, diademas, coroas; sendo que os brincos só foram conhecidos no Novo Reino, introduzidos pela Ásia, onde eram populares. Os colares foram populares em todo o Antigo Egito, o mais conhecido era chamado de "grande colar", composto de filas de pedras enfiadas verticalmente e dispostas em semicírculos concêntricos com acabamento em ouro e um cordão para prendê-los ao pescoço. A mais surpreendente forma de ornamento foram os "peitorais", a coleção encontrada na tomba de Tutankhamon é um exemplo, não só do brilhante trabalho artesanal, mas da esplendida e quase completa coleção de símbolos mágicos da mitologia egípcia.

    As jóias que representavam o deus coroado pelo disco solar mostravam a devoção do Faraó e uma dessas jóias religiosas, em especial, impressiona pela beleza, riqueza de detalhes e pela forma como foi moldada, é o “Pássaro Alma”. Descoberto em várias tumbas, era uma das jóias religiosas mais comuns. Pois simbolizava a devoção dos egípcios aos seus deuses e o vôo da alma ao encontro deles.





 Peitoral de Tutankhamon em ouro, machetado com lapis-lazúli e vidro colorido, simbolizando um urubu, divindade protetora do Alto Egito.



 Máscara Tutankamon (18° dinastia)
Esta máscara foi usada para proteção de Tutankamon após sua morte.
Confeccionada  em ouro, lapis-lázuli, amazonita e contas de vidro de diversas cores.



Conclusão

    Esta foi uma época marcada por grandiosidades e detalhamento em suas jóias, fabricadas com grande domínio de avançadas técnicas e destreza manual, imortalizando símbolos considerados divinos que adornavam a alta sociedade.
Um período onde não havia economia e nem influencia de outras culturas em suas obras.Um povo sem dúvida alguma fantástico e dono de técnicas quase místicas de ourivesaria, arquitetura e matemática. Que deixou um legado incrível para a humanidade e que é digno de ser admirado e invejado pelos profissionais da atualidade.

Bibliografia

http://www.portaldasjoias.com.br/agosto_02/consultoria.htm
http://www.historiadajoalheria.com/2009/04/simbologia-na-joalheria-egipcia.html
http://www.joiasbr.com.br/artigos/ag03.html
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com
http://www.raulybarra.com/notijoya/archivosnotijoya6/6joyeria_prehistorica.htm

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